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terça-feira, 5 de abril de 2011

Mais uma aparição de Nossa Senhora aprovada pela Igreja


Por decreto de Mons. Ricken, bispo de Green Bay (EUA), são consideradas dignas de crédito as aparições da Santíssima Virgem à irmã Adele Brise em 1859.

 


Valdis Grinsteins

Muitos identificam os Estados Unidos com a tecnologia mais avançada do planeta. Palavras como internet, fax, raio laser, foguetes espaciais ou aviões invisíveis são normalmente relacionadas com aquele imenso país. Tudo quanto indique velocidade, rapidez, automatização, transmissão instantânea costuma estar associado à nação norte-americana. E foi justamente lá, onde a velocidade pareceria não ter limites, que em 8 de dezembro de 2010 se reconheceu como autêntica a primeira aparição mariana nos Estados Unidos... 151 anos depois do acontecimento.
Não será contraditório com o caráter da Igreja a morosidade dessa aprovação? Não é estranho que, logo no país onde tudo se faz rapidamente, a Igreja leve tanto tempo para determinar se foi autêntica ou não uma aparição? Não seria melhor não se pronunciar, devido ao risco de adversários da Igreja a qualificarem de arcaica, instituição de outros tempos, incapaz de se adaptar às velocidades contemporâneas?
Para horror dos adoradores da velocidade, podemos afirmar que a Igreja não tem pressa, porque ela possui a eternidade. E se todas as outras instituições morrem nesta Terra, a Santa Igreja continua no Céu. A um governo que dura cinco anos, ou a um homem que vive 80, cabe muito bem apressar-se em fazer o que deve. Mas a Igreja, com sua sabedoria de 2.000 anos, entende que cada obra tem seu tempo ideal para ser realizada, ou que chegou o momento de aprovar esta ou aquela aparição, trazendo à tona temas muito necessários aos dias atuais.
Voltas que dá uma vocação
Quando jovem, Adele Brise viveu na Bélgica, origem de sua família. Pertenceu a um grupo de fervorosas amigas, que tinham feito promessa de se tornarem religiosas. Mas em meados do século XIX seus pais decidiram emigrar da Bélgica rumo aos Estados Unidos, um país novo e meio desconhecido. Pior ainda, não iriam para uma cidade ou região já civilizada, mas se estabeleceriam no Wisconsin, então um local na fronteira entre a civilização e o desconhecido. Nem indícios de conventos havia por lá. Enquanto as amigas cumpriam a promessa, aos 24 anos ela obedeceu aos pais e partiu com seus familiares para o outro lado do mundo. Na região os imigrantes tendiam a ficar em fazendas muito distantes entre si; e devido à falta de igrejas, capelas ou escolas, iam perdendo a fé por falta de práticas religiosas.
Em outubro de 1859, Adele ia ao moinho levando um saco de grãos na cabeça, quando viu entre duas árvores uma Senhora vestida de branco. Assustada, não se moveu. A Senhora nada disse, e lentamente desapareceu, deixando uma nuvem branca no local. Adele terminou sua tarefa e retornou para casa, onde comentou com os pais o sucedido. Estes julgaram que talvez se tratasse de uma alma do Purgatório que necessitava de orações.
No domingo seguinte ela saiu para ir à missa, acompanhada de sua irmã e uma vizinha. A igreja ficava a 17 quilômetros de distância, e para lá chegar era necessário passar pelo mesmo local da aparição. Novamente Adele viu a Senhora de branco. Suas companheiras nada viram, mas ficaram impressionadas com o temor que notavam em Adele. Depois de algum tempo ela disse que a Senhora tinha desaparecido. Conversando sobre o assunto, concluíram novamente que seria uma alma do Purgatório.
Conselho do confessor

Após a missa, Adele se confessou com o Pe. Verhoef e narrou-lhe os dois episódios. O sacerdote disse-lhe para não ter medo, e que perguntasse à Senhora de branco o que desejava; se fosse uma mensageira de Deus, não lhe faria qualquer dano. No caminho de volta, no mesmo local, Adele viu novamente a Senhora, e desta vez notou que tinha uma fita amarela na cintura. Seguindo as indicações do confessor, perguntou: “Em nome de Deus, quem sois e o que desejais?”. E a Senhora lhe respondeu: “Sou a Rainha do Céu, que reza pela conversão dos pecadores, e desejo que faças o mesmo. Recebeste a Sagrada Comunhão hoje de manhã, e isso é bom. Mas tens que fazer mais ainda. Deves fazer uma confissão geral e oferecer a comunhão pela conversão dos pecadores. Se eles não se converterem e não fizerem penitência, meu Filho será obrigado a puni-los”.
Nesse momento as duas companheiras perguntaram a Adele com quem ela falava, pois não viam nada. Ela simplesmente lhes disse: “Ajoelhem-se, pois Ela diz ser a Rainha do Céu”. E as duas companheiras assim fizeram obedientemente, o que alegrou a Santíssima Virgem, pois disse: “Bem-aventurados os que acreditam sem ver”. E voltando-se para Adele, acrescentou: “Que fazes aqui parada, enquanto tuas companheiras trabalham na vinha de meu Filho?”. Era uma alusão direta ao fato de suas companheiras belgas terem cumprido a promessa de se tornarem religiosas, mas ela ainda permanecia como leiga. Ouvindo a reprovação de Nossa Senhora, ela se comoveu e perguntou:
— O que mais posso fazer, querida Senhora?
— Reúne as crianças deste país e mostra-lhes o que deveriam saber para se salvarem.
— Mas como lhes ensinarei, se eu mesma sei tão pouco?
— Ensina-lhes o catecismo, como fazer o sinal da cruz e como se aproximarem dos sacramentos; isso é o que desejo que faças. Vai e não tenhas medo. Eu te ajudarei.
Após este breve diálogo a Senhora levantou as mãos, como implorando uma bênção sobre aquelas que estavam a seus pés, e desapareceu lentamente.
Estimulada pela aparição, Adele começou a reunir as crianças e ensinar-lhes os princípios da fé católica. Em meio a numerosas provações, conseguiu construir uma escola para a finalidade, assim como congregou outras jovens para ajudá-la. Realizou também muitas peregrinações apostólicas para conclamar os pecadores à conversão. Nessa missão, ela chegava a caminhar mais de 80 quilômetros no meio de florestas, passando por todo tipo de perigos.
Finalmente em 1896, com a idade de 66 anos, Adele faleceu no cumprimento de sua vocação e foi enterrada na capela construída no local das aparições.
Relembrar verdades eternas
Voltamos aqui à questão de estarmos num momento adequado para se aprovar essas aparições e chamar a atenção sobre verdades elementares, que o progressismo e a atual decadência moral desejariam ver silenciadas.
No fundo, o que recomendou a Santíssima Virgem? O mesmo que a Igreja sempre ensinou: Que Deus deseja a conversão dos pecadores; que devemos trabalhar por isto; que devemos rezar e oferecer comunhões e sacrifícios nestas intenções; que se eles não se converterem, serão punidos; e que, se nos esforçarmos e perdermos o medo de atuar, conseguiremos muitíssimo em favor de nossos irmãos, com a confiança de que sempre Nossa Senhora nos ajudará.
Numa época em que as pessoas se esquecem da salvação da própria alma e vivem em função do dinheiro e dos prazeres, temos o dever de lembrar a todos que o verdadeiramente importante é a vida eterna, e que os sacramentos nos são indispensáveis para lá chegarmos. Pode haver melhor momento para alertar as almas sobre isso? Relembrando a propósito do reconhecimento dessa aparição o que nos dias de hoje é tão esquecido, mas que Ela sempre ensinou, a Igreja continua a exercer majestosamente sua obra providencial.

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