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terça-feira, 12 de abril de 2011

Nossa Senhora de Coromoto

Recentemente a pequena e admirável imagem de Nossa Senhora de Coromoto, da Venezuela, foi examinada por especialistas, surgindo revelações prodigiosas e surpreendentes - Por Valdis Grinsteins


A imagem é tão pequena, que nem parecia ocupar espaço na mão do sacerdote que a segurava ao meu lado. Mede apenas 2,0 x 2,5 cm. Ele a tinha retirado do relicário onde se encontrava, o qual estava dentro de outro maior. Havia uma lupa para se poder ver bem a imagem - gravada sobre um material ovalado em dimensões diminutas - de tal forma ela é pequena. Pequena pelo tamanho, mas imensa pela misericórdia que representa.

Com efeito, a imagem de Nossa Senhora de Coromoto¹ é a padroeira da Venezuela, e sua história é singular. No ano de 1652, a Virgem Santíssima apareceu ao cacique dos índios Coromoto, que circulavam nas terras perto da atual cidade de Guanare, e lhe disse para ir à região onde se encontravam os brancos, que jogariam água em sua cabeça, a fim de ele poder ir ao Céu, numa alusão claríssima ao batismo.

Mas o batismo requer uma série de disposições morais, uma mudança de vida para se cumprir todos os mandamentos da Lei de Deus.

Nesse ponto começaram os problemas, pois o cacique Coromoto, depois de um momento inicial de fervor, não queria abandonar os vícios que lamentavelmente caracterizavam tantas tribos da região.

Foto - Relicário que encerra a miraculosa padroeira da Venezuela

Acostumado a uma vida nômade, sem mais regras do que a lei do mais forte, era óbvio que para ele as leis da moral católica pesavam muito; em determinado momento decidiu fugir e voltar para a selva, recobrando sua “liberdade”, sem ser batizado. Pior ainda, levando consigo os membros de sua tribo.

O espetacular milagre

Tamanho real da imagem de Nossa Senhora de Coromoto
Há casos na história das missões dos padres capuchinhos, na Venezuela, em que os índios fugiam das aldeias, porque não queriam viver num local onde “há um Deus que tudo vê e tudo sabe”.

E o cacique dos Coromoto decidiu, de forma igualmente simplista, que sua fuga resolveria o caso. Mas Nossa Senhora, sendo Mãe de misericórdia, apareceu-lhe na sua cabana, onde se encontravam também sua mulher e a irmã dela com um filho. Ao ver Nossa Senhora, o índio revoltou-se contra Ela, queixando-se de que, por culpa d’Ela, agora precisava trabalhar.

No auge de sua raiva, quis matá-la, mas estava tão perto d’Ela que, não conseguindo puxar seu arco para lançar a flecha, decidiu jogar-se contra a Mãe de Deus. E nesse momento produziu-se o milagre: a Virgem desapareceu, mas deixou na mão do índio o material no qual estava gravada sua imagem.

Em sua confusão e limitação mental, incapaz de ver os limites entre realidade e fantasia, julgou que mantinha presa na mão a própria Virgem; escondeu na cabana a imagenzinha, para depois queimá-la. Mas seu sobrinho, presente na cabana, pegou-a e levou-a aos espanhóis, e desta forma a relíquia chegou até nós.

O resto da história é conhecido: após fugir para o mato, o cacique foi mordido por uma cobra. Estava para morrer, quando passou pelo local um mestiço católico, que o batizou no último momento, salvando-o assim do castigo eterno.

A recente descoberta

Foto - Especialistas trabalham na limpeza da preciosa relíquia
A relíquia, peça central da história, ficou durante 357 anos sem uma restauração propriamente dita, o que favoreceu sua deterioração, contribuindo também para isso guerras civis, revoluções, expulsão de bispos, diminuição do fervor religioso do próprio clero e perseguições liberais do século XIX. Mas a partir de 2002 os membros da Fundação Maria Caminho a Jesus e o reitor do Santuário Nacional de Coromoto, Pe. José Manuel Brito, iniciaram campanha pela restauração da imagem, tendo conseguido os fundos para tal.

Recentemente, durante a restauração, especialistas descobriram na imagem muitas características especiais, algumas inexplicáveis. No dia 3 de setembro de 2009, a Conferência Episcopal da Venezuela emitiu um comunicado, a partir do qual a agência Zenit extraiu os seguintes dados:
Foto - O rosto de Nossa Senhora visto através do microscópio

Ao longo do processo, descobriram-se elementos desconhecidos. O primeiro fato que chamou a atenção foi que o pH das águas empregadas no tratamento da relíquia mostrou-se neutro, fato inexplicável.

Foi detectada nas roupas da imagem a presença de vários símbolos, os quais, segundo investigações do antropólogo Nemesio Montiel, são de origem indígena.

Por observação microscópica, conseguiu-se identificar nos olhos da Virgem, de menos de 1 milímetro, a presença da íris, fato particularmente desconcertante, pois julgava-se que os olhos da imagem eram simples pontos.

Ao aprofundar o estudo do olho esquerdo, pôde-se definir que ele apresenta as características de um olho humano; diferenciam-se com clareza o orbe ocular, o conduto lacrimal, a íris e um pequeno ponto de luz. Ampliando esse ponto de luz, pôde-se observar que ele parece formar uma figura humana com características muito específicas. A coroa da Virgem e do Menino Jesus são tipicamente indígenas.

Uma grande esperança

O que pensar disto? Antes de tudo, ficamos impressionados com o fato de o olho esquerdo da imagem possuir todos os elementos constitutivos do olho humano, com tantos detalhes. Os índios venezuelanos, diferentemente dos astecas, incas e outros indígenas com civilização avançada, nada apresentaram em matéria de pintura.

O simples fato de poderem pintar uma imagem já seria objeto de surpresa e admiração, ainda mais tendo-se em vista que, no longínquo século XVII, estaria fora de cogitação poderem pintar detalhes só visíveis modernamente, com a ajuda de microscópios e outros instrumentos. Assim como no caso de Nossa Senhora de Guadalupe², a ciência moderna veio confirmar que a tradição da Igreja não é composta de meras fábulas e contos para edificação de pessoas simples.

Foto - Nossa Senhora de Coromoto


A aparição de Nossa Senhora ao cacique Coromoto, justamente naquele momento, constituiu um claríssimo sinal divino para o prosseguimento do apostolado, apesar de todos os obstáculos. Graças a essa aparição mariana surgiu uma onda de missões, que fundaram novas cidades, dobrando o território civilizado do país.

Assim, é razão de esperança que uma renovada devoção a Nossa Senhora de Coromoto desperte a Venezuela do letargo espiritual em que se encontra, e que a salve, mesmo que seja no último momento, dos abismos a que a estão conduzindo os inimigos da civilização cristã que atualmente a governam.

Notas: 1. Leia mais sobre o tema em Catolicismo, Setembro/1998.
2. Leia mais a respeito do assunto em Catolicismo, Janeiro/2006.

Fonte: catolicismo
Em meados do século XVII, ocorreu na Venezuela amplo debate sobre a conveniência ou não de prosseguir com as missões para a conversão de índios no interior do país. As distâncias, a barbárie dos silvícolas, as despesas consideráveis, a falta de missionários para todo o imenso império espanhol, combinado tudo isso com uma certa decadência espiritual, eram razões para que um grupo de pessoas apresentasse obstáculos aos desejos de todo um setor sadio da população e dos missionários capuchinhos especialmente, visando continuar a evangelização.

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